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13/05/2023 - Feliz dia das mães Mãe
Embaixatrizes do Afeto Divino
Além de Religioso Irmão, venho me dedicando à fotografia. Não comercialmente, mas sim, como uma expressão artística. Ou melhor, pastoral. Pelo menos, essa é a desculpa que dou a mim mesmo para sair por aí fotografando tudo e todos que encontro pelo caminho. Se você não acha isso “normal”, saiba que não está só em sua opinião. O fotógrafo de rua, Eric Kim, afirmou em seu livro: “(...) gente ‘normal’ não fotografa estranhos sem permissão – mas quem disse que fotógrafos de rua são gente ‘normal’?”. Talvez você esteja pensando neste momento. “É, pelo visto, esse Irmão não é nada normal mesmo. Se propões a escrever um artigo sobre Mãe, e começa a falar de fotografia de rua...” Se for realmente essa a sua reflexão, só tenho uma coisa a dizer: viu só, eu não te falei?… Brincadeira. É claro que aqui falarei sobre o que me propus, mas você se lembra da ideia da fotografia como uma expressão artística e pastoral? Pois bem, é justamente este o ponto de partida da reflexão que passarei a expressar, mais claramente, nos parágrafos seguintes. Vamos lá?
Em um supermercado próximo de minha comunidade religiosa, me deparei com uma cena que não pude deixar de fotografar. Ao fundo da “vaga para gestante”, existe a propaganda de uma marca cuja primeira inicial é um belo “M”. Então pensei: “Ual, pode ser interessante uma foto pegando a placa escrito ‘gestante’ e o ‘M’ ao fundo”. E neste caso, o que esse “M” poderia representar? A marca da qual faz parte? Não, de forma alguma. Mas sim, o “M” de mãe. O “M” da mãe que gesta o seu bebê com afeto e carinho. E por que não, o “M” de Maria, a mãezinha do céu a quem as mães confiam seus filhos, e estes a ela confiam suas mãezinhas da terra. Mas não posso deixar de mencionar o “M” das mães cuja gestação não se deu no útero, mas sim no coração. Estas, ao que me parece, tem a gestação mais longa. Para muito além de nove meses, anos que parecem uma eternidade. Seja como for, ter mãe é tão divino, que o próprio Criador se fez “criatura”. Para salvar a humanidade? Claro que sim. Mas também, de salvar-se da eternidade com aquela “vaga” não preenchida. A vaga vazia da ausência do afeto, carinho e amor de uma mãe.
Infelizmente, há muitas crianças nos orfanatos que nunca passarão pela experiência da adoção por serem “velhas” ou “crescidas” demais, por terem “o sexo errado”, ou “a cor errada”. Também estamos presenciando conflitos em diferentes lugares do mundo, que potencialmente podem contribuir para que muitas crianças cresçam sem suas mães, como provavelmente, a pandemia do Covid também o fez. Para estas pessoas, uma palavra que, assim espero, traga algum conforto. As nossas mães são embaixatrizes da nossa grande Mãe. Se falta em sua vida essa representante, não tem porque não buscá-la em Maria.
Mas percebo que falei muito. Talvez, exagerado ao extremo, já que, segundo um dito popular, “uma imagem vale por mil palavras”. Então agora lhe deixo com a fotografia que fiz. Se algo mais precisa ser dito, será pelas intuições e reflexões que ela despertará em você.
Ir. Claudio Luiz Ferreira, SC
Comunidade de Bauru - SP
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